Morro do Botelho

Hoje inserido em meio a paisagem urbana de Guarujá, o Morro do Botelho destaca-se como elemento natural de grande expressividade. Apesar de não ser contínuo à escarpa do mar, ele faz parte de um conjunto de maciços e serras cristalinas que formaram-se através de processos de evolução de relevo semelhantes ao da mesma. O morro tem altura de 160m em relação à planície e é coberto por mata pluvial de encosta, destacando-se em seu sopé a presença de um manancial conhecido como Biquinha. A relevância do morro é dada em grande parte na medida em que a cobertura florestal da Mata Atlântica garante a proteção do solo e dos cursos d’água, atenuando assim os processos erosivos e escorregamentos, além de servir como abrigo para à fauna e flora remanescente na Ilha de Santo Amaro.

A luta pelo tombamento do bem natural também é uma luta por um projeto diferente de cidade do que está dado. No caso do morro do Botelho, à época do pedido de tombamento (início da década de 1980), a cidade vivia um intenso processo de verticalização, o que gerava grande violência contra a paisagem natural, especialmente na região da praia de Pitangueiras (área próxima ao morro). Para poder dar continuidade a essa expansão do projeto de verticalização da região, a prefeitura alterou o zoneamento do morro e seu sopé, liberando assim a construção de edifícios de até 17 andares na zona alterada e, consequentemente, desencadeando um movimento (iniciado por Marília Paiva) que desejava o tombamento do morro, buscando, de tal maneira, evitar que ali fosse produzido um espaço em função de estratégias imobiliárias, questionando tal verticalização da região, suas diversas consequências para a população local e, enfim, tentando garantir a apropriação social dessa natureza.

Segundo informações retiradas do site Infopatrimônio:

O Morro do Botelho faz parte de um conjunto de maciços e serras cristalinas (rochas granitóides) que, embora não constituam setores contínuos às escarpas da Serra do Mar, são dominados por processos de evolução de relevo semelhantes. Chegando a um desnível de 160 m em relação à planície e coberto por mata pluvial de encosta, o Morro do Botelho se sobressai na paisagem urbana do Guarujá como fato natural marcante e de grande expressividade. No sopé do Morro, bairro da Barra Funda, destaca-se a presença de um manancial conhecido como Biquinha. Como características físicas importantes destes setores cristalinos podem ser arroladas as altas declividades das encostas, os espessos horizontes de atuação e os depósitos de tálus, nos sopés, em contato com a planície arenosa e a rica rede de drenagem. A cobertura florestal nativa da Mata Atlântica garante a proteção ao solo e aos cursos d’água, atenuando os processos erosivos e escorregamentos, além de constituir abrigo à rica fauna remanescente do ecossistema insular.

INSTÂNCIAS E NÚMERO: CONDEPHAAT, Proc. 22694/83, Livro do Tombo Arqueológico,
Etnográfico e Paisagístico: inscrição nº 15, p. 304, 08/09/1986.

Plataforma Cidades Paulistas

Disponível em: <http://www.cidadespaulistas.com.br/cid/214/saiba-mais.html> – Acesso em 02 de Fevereiro de 2016.

Secretaria da cultura de SP

Disponível em: <http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.bb3205c597b9e36c3664eb10e2308ca0/?vgnextoid=91b6ffbae7ac1210VgnVCM1000002e03c80aRCRD&Id=1fef94e2e935f010VgnVCM1000004c03c80a____> – Acesso em 19 de Novembro de 2014.

Infopatrimônio, preservação do patrimônio histórico brasileiro.

Disponível em: <http://www.infopatrimonio.org/?p=232#!/map=1460&loc=-23.989751982746668,-46.2958824634552,13> – Acesso em 14 de Março de 2017.

SCIFONI, Simone. A construção do patrimônio cultural. Tese (Doutorado em Geografia), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2006.