Ruínas do Engenho do Rio Quilombo

Histórico do patrimônio

No início da colonização portuguesa no litoral do atual Estado de São Paulo, sobretudo na Baixada Santista, as primeiras ocupações se davam através da construção de engenhos de roda d’água que serviriam de base econômica à ocupação do território. Dessa forma, durante o século XIX são construídos diversos engenhos para beneficiamento da cana de açúcar na Baixada, sendo seus primeiros Engenho da Madre de Deus – ou Nossa Senhora das Neves – em 1532, o Engenho São João, em 1533 (de propriedade dos irmãos Adorno, genoveses), no local que hoje é o centro da cidade de Santos; O Engenho de Jeronimo Leitão, da mesma época. Outro importante Engenho foi o chamado “do governador“, que teve sua construção iniciada em 1534 e que depois foi administrado pela famosa família Schetz, investidores da Antuérpia.

Dentre os diversos engenhos que foram erguidos na Baixada está este localizado às margens do Rio do Quilombo, em Santos, do qual só restaram ruínas e não se sabe seu período de construção. O que se pode afirmar é que, como é colocado no Portal Novo Milênio, a implantação de edifícios desta categoria na encosta de um rio é uma tradição portuguesa, onde a escolha do local se fazia pelas condições que oferecia: presença de curso hídrico próximo, terras agriculturáveis para plantação da cana e presença de lenheiros próximos.

A denominação de Engenho do Rio Quilombo é ambígua e inexata, uma vez que foi estabelecida posteriormente. Ou seja, este não era o nome original do engenho e foi chamado assim somente depois do século XIX quando se estabeleceu nas suas proximidades uma comunidade quilombola. Desta forma, ainda não se sabe o nome original desta unidade produtiva nem seu proprietário pois carece de estudos e pesquisas. Algumas fontes colocam que o engenho é chamado das Gayas ou dos Largachas.

Nos anos 1970 as ruínas foram tombadas pela instância estadual de proteção patrimonial, o CONDEPHAAT e, nos início dos anos 1990, foi tombado pela instância municipal, o CONDEPASA.

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Descrição física e estado de preservação do bem

Dentre as ruínas restantes destacam-se os muros de pedra entaipada, os pilares de um aqueduto e fragmentos de rodas d’água, indicando ter sido um engenho do tipo real de grandes proporções movido à água. Na construção original foram utilizados materiais como pedra entaipada com calda e barro, e se sabe que houve utilização posterior porque há vestígios de janelas que estavam fechadas com materiais diferentes dos originais.

Há também nas suas proximidades um cemitério que, ao mesmo tempo que se apresenta como uma incógnita, ele sugere algumas informações, tal como a presença de população expressiva em seu arredor em algum momento que justificasse a construção de uma necrópole.

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Outras Informações

Dado o fato de que é uma ruína de difícil acesso e ela não pertence a nenhuma instituição formal, não há canais de contato para visitação do local.

INFORMAÇÕES DE TOMBO

INSTÂNCIAS E NÚMERO: CONDEPHAAT, Proc. 382/73, tombamento em 18/03/74, publicado no D.º em 19/3/74, CONDEPASA, Livro Tombo 01, inscrição 12, folha 3, Proc. 16731, Resolução SC 01/90.

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Referências

Registro de Tombamento – Portal Condephaat. Disponível em <http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.bb3205c597b9e36c3664eb10e2308ca0/?vgnextoid=91b6ffbae7ac1210VgnVCM1000002e03c80aRCRD&Id=4f060a5455bac010VgnVCM2000000301a8c0____>, acesso em 9 jan 2017.

Portal Novo Milênio. Disponível em <http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0100b40a.htm> e <http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0133m.htm>, acesso em 9 jan 2017.

Portal Cidade e Cultura. Disponível em <http://www.cidadeecultura.com/meio-ambiente-em-santos/>, acesso em 9 jan 2017.

REIS, Nestor Goulart. Os engenhos da Baixada Santista e os do litoral norte de São Paulo. Revista USP, São Paulo, n. 41, 62-73, 1999. Disponível em <http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/28437>, acesso em 9 jan 2017.

SCIENTIA Consultoria Científica Ltda. Relatório Final: monitoramento arqueológico na área de intervenção do SDGN bolsão de Santos – fases 3, 4 e 5, municípios de Santos e de São Vicente/SP, jul. 2015. (empreendimento Cia. De Gás de São Paulo – COMGÁS e apoio Centro Regional de Pesquisas Arqueológicas – Núcleo de Pesquisa e Estudo em Chondrichthyes). Disponível em <http://www.memoriadesantos.com.br/arquivos/2015-RelFinal-Santos.pdf>, acesso em 9 jan 2017.

Portal Turismo de Santos. Disponível em <http://www.turismosantos.com.br/ptb/sobre-santos/curiosidades-de-santos>, acesso em 9 jan 2017.

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Como Chegar

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