Centro Cultural Português

Histórico do patrimônio

A história deste prédio se inicia com o surgimento do Real Centro Português, fundado em dezembro de 1895 com a finalidade de “congregar todos os portugueses, proporcionando-lhes atividades literárias, científicas, recreativas, educacionais e sociais.” Suas atividades funcionaram por alguns anos em um prédio localizado na Praça da República, em Santos.

A atuação da entidade se expandiu e gerou-se a necessidade de possuir uma sede própria para melhor atender seus associados. Com este propósito adquiriu, então, o terreno localizado na esquina da Rua Amador Bueno com a Martim Afonso, em 1897. A pedra fundamental da edificação foi lançada em cerimônia em 15 de maio de 1898 e sua construção de inicia logo em seguida, com projeto arquitetônico realizado pelos portugueses Ernesto Maia e João Esteves Ribeiro da Silva, em estilo manuelino. Em 8 de outubro de 1900 a sede do Real Centro Português foi inaugurada, ainda incompleta, sendo finalizada somente em 1901.

Realizou-se neste prédio muitas atividades teatrais promovidas pelo Centro Português, inaugurando-se, em 1908, o Salão-Teatro que manteve suas atividades até 1951, quando passou por intensa reforma para se tornar o Teatro do Centro Português, inaugurado em 1956.

Em 1926, prevendo a necessidade de expansão de suas atividades recreativas e culturais, a instituição adquiriu terreno ao lado do prédio principal. Este espaço foi ocupado por um Jardim-Grill durante muitos anos. Somente em 1984 este espaço foi desmanchado para a construção de um salão com palco, sendo inaugurado em 19 de janeiro de 1985.

Em junho de 1945 o Real Centro Português passou a denominar-se Centro Português de Santos, permanecendo suas atividades no mesmo prédio. É curioso comentar que a queda do nome ‘Real’ da denominação oficial desta instituição significava alguma mudança de atitude destes imigrantes portugueses em relação à monarquia, pois agora não era mais uma instituição do reino, mas sim da nação portuguesa.

Tendo em vista o estilo arquitetônico cheio de valores culturais e históricos e a atividade da instituição na sociedade santista, o edifício foi tombado em 2005 como patrimônio da cidade de Santos pelo CONDEPASA.

Em 2010 o Centro Português de Santos fundiu-se com a Sociedade União Portuguesa (fundada em 1928), dando origem ao Centro Cultural Português, tendo sede no mesmo prédio.

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Descrição física e estado de preservação do bem

O estilo arquitetônico é denominado neomanuelino, ou seja, é uma recriação da arquitetura vigente em Portugal durante os Descobrimentos do século XVI, com decoração externa em janelas e portais e platibanda decorada na cimalha. É mobiliado e decorado com extraordinário luxo em todas as suas dependências, com realce de seu Salão Cerejeira e de seu Salão Camoniano, ornamentados com magníficas obras de arte.

A construção deste edifício no Brasil faz parte do movimento eclético vigente na sociedade burguesa brasileira entre o fim do XIX e início do XX, que revivia diversos estilos anteriores.

“Integrante do revivalismo histórico do período eclético, o neomanuelino surgiu em Portugal na segunda metade do século XIX, como uma resposta nacionalista aos modelos que vinham sobretudo da França”[1]. O nacionalismo português impresso neste estilo faz muito sentido se pensarmos no propósito da instituição que o construiu, já que era uma sociedade que exaltava a cultura portuguesa.

Além disso, “caracteriza-se pelo uso decorativo de cordas torcidas e arcos rendilhados em ogiva ou ferradura, estátuas e aparência antiga a edifício essencialmente modernos”.[2]

[1] E&M Ensino e Memória Produções Editoriais. Inventário de estilos arquitetônicos da cidade de Santos, out. 2011. (Apoio Prefeitura Municipal de Santos e Seota – CONDEPASA).

[2] Idem.

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Outras Informações

INFORMAÇÕES DE TOMBO

INSTÂNCIAS E NÚMERO: CONDEPASA, Proc. 81965/2005-28, Livro Tombo 01:
inscrição 37, folha 7, Resolução SC 04/2005 de 15/09/2005.

 

É possível a observação da fachada do prédio por meio do passeio público.

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Referências

E&M Ensino e Memória Produções Editoriais. Inventário de estilos arquitetônicos da cidade de Santos, out. 2011. (Apoio Prefeitura Municipal de Santos e Seota – CONDEPASA).

ANACLETO, Regina. Arquitectura Neomanuelina no Brasil: a saudade da Pátria. Revista Camões, n. 11, 2000, p. 38-51. Disponível em <http://cvc.instituto-camoes.pt/conhecer/biblioteca-digital-camoes/revista-no11-pontes-lusofonas-iii/1455-1455/file.html>, acesso em 28 set 2016.

Portal do Centro Cultural Português. Disponível em <http://www.centroculturalportugues.com.br/historia_centro01.php>, acesso em 28 set 2016.

Portal Novo Milênio. Disponível em <http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0171e.htm>, acesso em 28 set 2016.

http://cvc.instituto-camoes.pt/conhecer/biblioteca-digital-camoes/revista-no11-pontes-lusofonas-iii/1455-1455/file.html

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Como Chegar

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