Colégio Stella Maris

Histórico do patrimônio

A história deste imóvel antecede à fundação do Colégio Stella Maris. A parte mais antiga da edificação foi construída por Domingos Citti em 1909 e as demais construções e modificações foram feitas após a instalação do Colégio, entre 1923 e 24.

A Casa da Torre, a parte mais antiga, foi construída em estilo medieval em 1909 pelo engenheiro Domingos Citti, imigrante italiano, para ser a casa de sua família. Amélia, filha de Domingos, casou-se com Ugo Enrico Carraresi e fixou residência no palacete, de onde surgiu a relação entre o lugar e o sobrenome Carraresi.

Dom Duarte Leopoldo e Silva, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, convenceu as Religiosas da Congregação de Nossa Senhora – Cônegas de Santo Agostinho da necessidade de haver um colégio em Santos como o que tinha em São Paulo, o Des Oiseaux. Diz-se que as madres foram para Santos, em 1923, com a missão de encontrar um imóvel onde o Colégio poderia ser instalado e que, em algum momento da missão, passaram à frente do palacete, ficaram encantadas pelo estilo do prédio e decidiram conversar com os proprietários; foram atendidas por Amélia e, por coincidência, o imóvel estava à venda pela recente morte da mãe da proprietária.

O local escolhido era próximo à praia, com uma vista maravilhosa e de fácil acesso. A paisagem era bem diferente da atual; ao redor do colégio havia apenas chácaras e chalés da elite santista, ou seja, era um ambiente esparsamente urbanizado e que estava no início do seu processo de valorização.

Em setembro de 1923 o negócio foi feito e Ugo Carraresi concedeu uma boa redução no preço, em vista da finalidade que iria ser dada à mansão. Por esse gesto ganhou a honraria de Benfeitor. O colégio foi instalado efetivamente em janeiro de 1924 e iniciou-se as aulas em fevereiro do mesmo ano com 30 alunas matriculadas.

Durante o funcionamento do colégio foram feitos acréscimos na construção, como a parte da clausura, salas de aula e biblioteca, entre 1927 e 1928, capela e salão de festa em 1940. É possível identificar a diferença de estilo entre a parte mais antiga, a Casa da Torre, e as demais edificações do Colégio. Segundo consta no site oficial do Colégio:

“Aos poucos o colégio foi se expandindo e o prédio, como o conhecemos atualmente, com uma arquitetura eclética, foi concluído com a construção da atual Capela e do Salão de Festas. Em 1996 foi inaugurado o Centro Cultural e Poliesportivo Madre Alix, já numa arquitetura mais moderna.”

Em 2007 o prédio foi finalmente tombado como patrimônio de Santos pelo CONDEPASA, instância municipal, em processo iniciado em 2004.

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Descrição física e estado de preservação do bem

Segundo Maristela Figueiredo Silvino:

“Definir o estilo do imóvel em sua totalidade é um pouco complicado. Ele não se enquadra em uma única característica, mas nitidamente tem o enfoque italiano, onde a influência greco-romana é percebida. A inspiração se concretiza nas citações de elementos antigos. Com referência à torre, pode ser classificada como neo-românica, uma releitura do românico, onde ela é sempre grande, sólida e, na grande maioria, redonda. As paredes espessas com janelas estreitas e, motivos decorativos em arcada também o definem. Como já foi dito, o imóvel, lembra um castelo europeu e sua torre parece ter sido feita para se exercer constante vigilância sobre possíveis ataques inimigos e, conseqüentemente, dar proteção aos moradores. Isso complementa a análise de enquadrar o imóvel na arquitetura românica, onde a expressão estética do feudalismo reflete o medo que dominava as populações. Reafirmando o estilo, nota-se muita semelhança entre a torre do colégio e as da Colegiada del Toro em Zamora, na Espanha, exemplo típico de estilo românico. Ambas são redondas, possuem na base pouquíssimas janelas espaçadas entre si e a quantidade delas vai aumentando, à medida que as torres vão subindo. Assim, teremos várias janelas no terceiro pavimento, com pouca distância entre elas.”

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Outras Informações

INFORMAÇÕES DE TOMBO

INSTÂNCIAS E NÚMERO: CONDEPASA, Proc. 36241/2004-11, Livro Tombo 01: inscrição
41, folha 7, Resolução SC 01/2007 de 04/10/2007.

 

É possível a observação da fachada do prédio por meio do passeio público.

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Referências

Portal do Colégio Stella Maris. Disponível em <http://www.colstellamaris.com.br/institucional-historia.asp>, acesso em 7 out 2016.

Portal Novo Milênio. Disponível em <http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0250w9.htm>, <http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0250w9b.htm> e <http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0250w9c.htm>, acesso em 7 out 2016.

SILVINO, Maristela Figueiredo Soares de. A importância da preservação do Colégio Stella Maris para a memória de Santos. Revista Patrimônio: Lazer&Turismo, Novembro/2004. Disponível em <http://www.unisantos.br/pos/revistapatrimonio/artigos4c7f.html?cod=24>, acesso em 7 out 2016.

DEL RIO, Maria Aparecida Martins Rollo Montero. Um curso comercial para moças da elite (Santos, 1928-1938). In: Anais do VI Congresso Luso-Brasileiro de História da Educação: percursos e desafios da pesquisa e do ensino de História da Educação, 2006, Uberlândia, p. 5953-5961. Disponível em <http://www2.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/Maria%20Aparecida%20Martins%20Rollo%20Montero%20del%20Rio.htm>, acesso em 13 out 2016.

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Como Chegar

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