Theatro Coliseu

Histórico do patrimônio

A história deste local enquanto ponto de encontro social tem início por volta de 1897, quando se inaugurou um ginásio de madeira com arquibancadas, velódromo para corridas de bicicletas e botequim anexo. Em 1909, o local foi modificado: construiu-se nele um teatro para 1500 lugares e perfeita acústica, inaugurado pelo imigrante espanhol Francisco Serrador Carbonell. O espanhol, que chegou em 1887, enriqueceu em Curitiba como vendedor de peixes e lá financiava diversos empreendimentos culturais, tal como ida de circos e companhias teatrais à cidade, fundou arena de touros e clube, dentre outras coisas. Mas, o que é mais importante ressaltar aqui é o fato de ter fundado em 1902 o Parque Coliseu, juntamente com dois sócios, onde erem oferecidos diversos equipamentos de entretenimento e, dentre eles, cinema ao ar livre. Serrador deu ao seu empreendimento de Santos o mesmo nome do parque que fundou em Curitiba: Coliseu. Como Cine-Theatro, o local recebeu grandes nomes da cultura nacional e internacional, inclusive Barão de Itararé.

Em 1924 foi comprado por Manuel Fins Freixo e passou por intensa reforma que o ampliou e o reinaugurou como Cabaret e cassino, então nova tendência na vida cultural santista. Mas, o cabaret e cassino não foram as únicas novidades: ele surgiu com a estrutura que vemos hoje, comportando 2300 lugares. No Cassino Colyseu, apresentava-se, por exemplo, shows de nus artísticos. Dessa forma ficou durante os anos 1930 sob a propriedade da Cine Theatral Freixo Ltda. Durante os anos 1940 e 1950, sob o nome de Cassino Night Club, recebeu shows franceses (Orquestra Carlito de Paris, em 1943, por exemplo) e apresentava shows de nu artístico.

Em 1967 sofreu demolição de uma parte de sua estrutura para a construção de um posto de gasolina, uma farmácia e um tabelionato e, nos anos 1970 sofreu mais demolições, agora interna, no palco e nos camarins, tendo sido erguida uma parede entre o palco e a plateia para a exibição de filmes e shows pornográficos. O momento frequentemente é chamado de período de decadência, mas deve-se considerar que a mudança do antigo Coliseu para o dos anos 70 foi o público que o frequentava: antes quem o frequentava eram classes mais altas e médias, com trajes de gala e toda a pompa burguesa do passeio; depois, vemos um movimento de substituição do público passando a ser mais popular e, com isso, as atrações foram modificadas da mesma maneira. Desta forma, chamar este movimento de decadência é, de certa forma, impor certo juízo de valor sobre equipamentos de cultura consumidos por diferentes classes, o que acaba sendo pouco rico para a história do patrimônio.

Durante os anos 80 o Coliseu ficou no meio de uma pequena guerra judicial entre a empresa da família Freixo e os órgãos de preservação patrimonial. O Condephaat o tombou em 1982 e impede a construção de um mini-shopping no local e, em resposta, a empresa Freixo processou o Estado pelo embargo e acabou vendendo a disputa, sendo indenizada. Dessa forma, a Prefeitura negociou a desapropriação do prédio com a proprietária, negociações estas que duraram até os anos 90, quando o prédio foi tombado pelo Condepasa.

Sob o Programa de Revitalização do Centro Histórico, desenvolvido pela prefeitura de Santos durante a década de 2000, foi inteiramente restaurado e reinaugurado como teatro em 2006.

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Descrição física e estado de preservação do bem

Situado na Rua Amador Bueno, o edifício é notável pelo seu esplendor arquitetônico. O edifício é composto por três blocos. O terraço do primeiro pavimento é sustentado por colunas toscanas, tendo no térreo um espaço para embarque e desembarque de passageiros. O projeto, importado da Europa, sofreu algumas alterações para se adaptar ao clima tropical, entre elas destaca-se a marquise da entrada. Na decoração, está presente a arte do italiano Adolfo Forzani, iluminada pelo conjunto de 39 lustres no salão nobre distribuídos por 123 colunas dóricas simples. A plateia possui o formato de ferradura, assim é possível ter uma visão geral do palco em qualquer assento.

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Outras Informações

INFORMAÇÕES DE TOMBO

INSTÂNCIAS E NÚMERO: CONDEPHAAT, Proc. 22273/82, Resolução SC-29, de 19-12-89. CONDEPASA, Livro Tombo 01, inscrição 08, fl. 2, Proc. 16731/90-51, Resolução SC 01/90.

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Referências

Portal Turismo de Santos. Disponível em <http://www.turismosantos.com.br/ptb/guia-de-santos/locais/ir/atracoes-em-santos/centro-historico/teatro-coliseu>, acesso em 9 jan 2017.

Portal Novo Milênio. Disponível em <http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0201a.htm> e <http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0145a.htm>, acesso em 9 jan 2017.

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Como Chegar

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