Fortaleza de São Felipe

Localizado no extremo norte da ilha de Santo Amaro, na abertura do canal de Bertioga, a Fortaleza de São Felipe (ou de São Tiago) data originalmente do século XVI, momento em que houve necessidade da implantação de uma outra estrutura de defesa para o canal de Bertioga, que não fosse o Forte de São João, contra as ofensivas indígenas – uma vez que suas embarcações conseguiam passar furtivamente pelo Forte instalado em Bertioga.

Inicialmente, a Fortaleza era apenas uma casa – não muito forte nem estável – com alguns canhões, e teve como primeiro condestável o alemão Hans Staden. Após alguns meses, construiu-se a fortaleza de pedra e os canhões foram colocados nela, tudo sendo confiado à guarda de Hans Staden (além de alguns outros homens que auxiliavam na fortaleza). A Fortaleza foi de grande importância para a prevenção de diversas ofensivas indígenas que tentaram avançar pelo canal de Bertioga.

Acredita-se que onde hoje se situa o Forte São Luiz seja o mesmo lugar em que se encontrava a Fortaleza de São Felipe – dada a descrição geográfica encontrada no relato de Hans Staden e, ainda, por se tratar de uma localização estratégica na região. Entretanto, não se sabe ao certo se o Forte de São Luiz utilizou-se das edificações remanescentes da Fortaleza de São Felipe para sua construção ou se partiu de uma base totalmente nova. Para Victor Hugo Mori, a primeira fortificação desapareceu sem deixar vestígios devido ao abandono que ficou relegada durante todo o século XVII e, portanto, a que conhecemos hoje é fruto apenas de uma construção do século XVIII. Contudo, não foi realizado nenhum tipo de prospecção arqueológica na área para comprovar tal fato.

O que se sabe é que a Fortaleza, tal qual a conhecemos hoje, sob a denominação oficial de Forte de São Luiz, foi construída (ou reconstruída) em 1765 por ordem do governador da província, Morgado de Matheus, e tinha como objetivo defender o canal de Bertioga, cruzando fogo com o Forte São João. Atualmente, o Forte se encontra em total estado de abandono, tomado pela mata e suscetível a ações depredatórias.

A Fortaleza de São Felipe possui uma muralha de face virada para o mar, além de outras estruturas como o baluarte do qual restou a cisterna, invadidos pela relva.

INSTÂNCIAS E NÚMERO: IPHAN, Proc. 0752-T-64, Livro do Tombo Histórico: inscrição
381, 31/03/1965.

Câmara Municipal do Guarujá

Disponível em: <http://www.camaraguaruja.sp.gov.br/Pagina/Listar/8> – Acesso em 23 de Fevereiro de 2016.

Instituto de Segurança Socioambiental

Disponível em: <http://www.issa.net.br/pagina/36/documento-t-cnico-final> – Acesso em 17 de Fevereiro de 2016.

STADEN, Hans. Duas Viagens ao Brasil; Tradução de Guiomar de Carvalho Franco. Belo Horizonte: ed. Itatiaia; São Paulo: ed. Da Universidade de São Paulo, 1974.

Secretaria da Cultura de SP

Disponível em: <http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.bb3205c597b9e36c3664eb10e2308ca0/?vgnextoid=91b6ffbae7ac1210VgnVCM1000002e03c80aRCRD&Id=9bf0e181d893c010VgnVCM1000001c01a8c0____> – Acesso em 19 de Novembro de 2014.