Imóvel da Av. Conselheiro Nébias, 586

Histórico do patrimônio

A história deste casarão tem relação direta com a economia cafeeira e a consequente classe enriquecida que surgiu a partir deste cultivo no interior, seu beneficiamento, comércio e transporte pelo Porto de Santos.

Seu projeto data de 27/09/1928. Constitui um dos últimos exemplares remanescentes da arquitetura residencial eclética produzida em Santos no início do século XX. Sua tipologia arquitetônica particularizou durante décadas a paisagem e a ambiência da Av. Conselheiro Nébias, uma das principais avenidas que liga o centro velho da cidade à orla da praia, nova área de ocupação da cidade que crescia em direção às praias, em uma avenida construída para abrigar famílias ricas que fugiam do núcleo colonial antigo, em um processo de negação do passado colonial do país[1].

Assim sendo, o casarão expressa esta nova cidade que surgia, a cidade burguesa, com a construção de novos espaços de lazer, com o aparecimento de lojas e cafés, e novos espaços de moradia, com os palacetes construídos nas avenidas largas que imitavam os planos de urbanização higienistas que são típicos desta época. Não podemos esquecer, em contrapartida, que enquanto a burguesia construía estes lares enfeitados e rebuscados, surgiam bairros populares e cortiços onde viviam a grande massa da população. Ou seja, estes casarões representam o tipo de moradia de uma classe específica da sociedade santista do início do século XX.

Seu processo de tombamento foi conturbado, com resistência e protesto por parte do morador, trazendo à tona os conflitos que existem entre poder público e privado nos esforços de preservação do patrimônio edificado urbano no Brasil. [2]

[1] SANTOS, Cynthia Regina de Araújo Evangelista dos. Santos das Avenidas: a moradia burguesa no início do século XX…p. 9 e 13.

[2] Portal São Paulo Antiga.

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Descrição física e estado de preservação do bem

A edificação caracteriza-se pela ornamentação renascentista: elementos de composição arquitetônica, bossagem de argamassa e colunata.

Atualmente, os acessos são efetuados pela frente através de alpendre, lateralmente e na parte posterior com a escada, junto aos telheiros de serviços. Segundo a sra. Edna de Souza, atual proprietária e moradora desde 1950, o primeiro dono do imóvel foi o sr. José Morel, que em 1944 reformou a construção, modificando a tipologia original. A entrada principal seria pela entrada lateral. Nessa intervenção, o sr. Morel teria executado o fechamento do alpendre e a construção do acesso até ele. Nos fundos, a edícula abriga o automóvel.

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Outras Informações

INFORMAÇÕES DE TOMBO

INSTÂNCIAS E NÚMERO: CONDEPASA, Proc. 36228/2004-44, Livro Tombo 01:
inscrição 35, folha 7, Resolução SC 02/2005 de 30/06/2005.

É possível a observação da fachada do prédio por meio do passeio público.

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Referências

Portal São Paulo Antiga. Disponível em <http://www.saopauloantiga.com.br/casarao-conselheironebias586/>, acesso em 29 nov. 2016.

SANTOS, Cynthia Regina de Araújo Evangelista dos. Santos das Avenidas: a moradia burguesa no início do século XX. 2007. 251 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

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Como Chegar

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