Jardins da Orla

Histórico do patrimônio

A história dos Jardins da Orla de Santos se inicioupor volta de 1914, quando o engenheiro sanitarista Saturino de Brito idealizou a construção de jardins na área da orla, que nesta época era pouco ocupada. Saturino foi o idealizador, também, do projeto de canais coletores de esgoto, que deu forma ao modelo urbano da cidade de Santos. Tal modelo se pautava nos critérios da higiene, insolação (acreditava-se na importância do arejamento e insolação dos ambientes urbanos para evitar epidemias e melhorar a qualidade de vida da população), e da organização racional do espaço da cidade. Os jardins encaixavam-se neste parâmetro porque eram um lugar onde a população poderia tomar sol, ar e ter lazer. Nos anos posteriores à idealização de Saturino de Brito, surgem, aos poucos, áreas ajardinadas em frente aos hotéis.

Em 1922 a prefeitura, durante a gestão de Joaquim Montenegro, conseguiu a posse do terreno da orla e, em 1930, a construção do primeiro trecho dos jardins foi iniciada após o prefeito Joaquim Montenegro e o poeta Vicente de Carvalho, por intermédio do presidente, conseguirem que o espaço fosse declarado área pública, indo de encontro com os interesses privados que exigiam o aforamento daqueles terrenos para satisfazer a constante e acelerada valorização imobiliária das áreas próximas ao mar. Durante os anos 40 a área da orla consolida-se como balneário em um momento onde os banhos de mar e sol se incorporam às práticas de lazer dos brasileiros. Santos recebia cada vez mais turistas provenientes de São Paulo que buscavam o litoral para fugir da cidade que se tornava cada vez mais metropolitana.

O complexo passou por ampliações entre as décadas de 1930 e 1940 mas, na década de 1950, o jardim perdeu mais de 15 km² para que a Avenida Newton Prado (que na região de Ponta da Praia muda seu nome para Carlos de Campos) pudesse ser duplicada. A ação do Condephaat espera evitar que esse tipo de perda ocorra novamente, preservando uma das principais obras arquitetônicas do litoral de São Paulo.

Os jardins ganharam o traçado que hoje conhecemos somente nos anos 1960, projetados pelo engenheiro Armando Martins Clemente. O Jardim da Orla foi considerado o maior do mundo, entrando para o Guinness Book of Records no início dos anos 2000 e em 2010 se tornou patrimônio histórico da cidade de Santos.

No processo de tombamento realizado pelo CONDEPHAAT consta uma justificativa que resume a importância deste patrimônio “Sua faixa litorânea urbanizada tem um grande valor simbólico, tendo sido o primeiro balneário paulista, que se consolidou a partir dos anos 1940, quando progressivamente os banhos de mar se incorporaram como forma de lazer. A referência e potencial de modelo urbanístico configurados pela forma de ocupação da faixa litorânea junto às areias, com os jardins, representa uma conquista da faixa natural para uso público, em detrimento da lógica de implantação por construções privadas, que acabou prevalecendo na costa brasileira. Os jardins de amplas dimensões, por sua extensão e largura, foram reconhecidos internacionalmente como de valor excepcional.”

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Descrição física e estado de preservação do bem

Segundo consta no Portal Turismo de Santos, “os 7 km de praias limpas são contornados pelo maior jardim de orla marítima (Guinness Book of Records, 2000), ladeado por uma ciclovia com cerca de 7.900m de extensão.
Com 5.335m de comprimento e largura entre 45 e 50m, os jardins contam com 815 canteiros, com várias espécies do tipo perene, com predominância de lírios amarelos (Hemerocalis flava) e brancos (Spathipphiphyllum sp), biris vermelhos (Canna indica), e crisântemos brancos, amarelos e mesclados (Crysanthemum sp). Equipamento com acessibilidade para portadores de necessidades especiais.”

Para informações mais detalhadas, consultar o artigo Santos, Jardins da Orla – Referência urbana para a comunidade, escrito por Ana Kallassa El Banat e Luiz Antonio de Paula Nunes[1].

[1] El Banat, Ana Kalassa; Nunes, Luiz Antonio de Paula. Santos, Jardins da Orla – referência urbana para a comunidade. Paisagem e Ambiente, São Paulo, 2002, nº 15, p. 82-102. Disponível em <http://www.revistas.usp.br/paam/article/view/40198>, acesso em 26 jul. 2016.

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Outras Informações

INFORMAÇÕES DE TOMBO:

INSTÂNCIAS E NÚMERO: CONDEPHAAT, Proc. 42390/01, Resolução 68 de 24/08/2011 e
Resolução 18 de 15/03/2016.

 

O acesso ao bem é público e aberto. Possui equipamentos de acessibilidade a portadores de necessidades especiais.

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Referências

Rossi, Mariane. “Santos tem maior jardim de orla do mundo, segundo Guinness Book”, G1 Santos, 23 set. 2013. Disponível em <http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2013/09/maior-jardim-em-extensao-do-mundo-e-atracao-em-santos.html>, acesso em 26 jul. 2016.

El Banat, Ana Kalassa; Nunes, Luiz Antonio de Paula. Santos, Jardins da Orla – referência urbana para a comunidade. Paisagem e Ambiente, São Paulo, 2002, nº 15, p. 82-102. Disponível em <http://www.revistas.usp.br/paam/article/view/40198>, acesso em 26 jul. 2016.

Portal Turismo de Santos. Disponível em <http://www.turismosantos.com.br/ptb/guia-de-santos/locais/ir/atracoes-em-santos/orla/orla-da-praia-e-jardins>, acesso em 26 jul. 2016.

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Como Chegar

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