Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos

Histórico do patrimônio

Considerado um dos primeiros engenhos de cana de açúcar do Brasil, sua construção remete ao século XVI, mais precisamente ao ano de 1534, por ordem do navegador português e primeiro donatário da Capitania de São Vicente Martim Afonso de Souza. No primeiro momento recebeu o nome de Engenho do Governador, por ser de propriedade do donatário da Capitania. Após ser repassado para o comerciante flamengo Erasmos Schetz, da Antuérpia, passou a ser conhecido como Engenho dos Erasmos. A família Schetz nunca conheceu o território e, no entanto, controlavam a produção e os demais acontecimentos da fábrica de açúcar através da correspondência mantida com os feitores, que eram os verdadeiros administrados da unidade produtiva.

No ano de 1943 as ruínas foram adquiridas por Otávio Ribeiro de Araújo. Em 1958 o mesmo repassou a propriedade para a então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (posteriormente se tornaria a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, FFLCH-USP). No mesmo ano, o arquiteto Luis Saia chefe do 4º Distrito da Diretoria de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (órgão federal) definiu o bem cultural como “modelo açoriano, tipo real e movido a água”.

Sabe-se que este monumento é de fato o terceiro a ser construído em território brasileiro, sendo instalado na área hoje pertencente à parte insular do município de Santos. O primeiro engenho conhecido em território da América Portuguesa é o Madre de Deus, de Pero de Góes, sendo datado de 1532; o segundo conhecido é o Engenho de São João, de José de Adorno, datado de 1533 e localizado próximo ao Morro São Bento, também na atual Santos.

De acordo com o historiador Paul Meurs o engenho manteve suas atividades até o século XVIII. Neste período de dois séculos, promoveu a exportação do açúcar e distribuiu para a região os produtos derivados da cana de açúcar, como aguardente e rapadura. O engenho era provido de instalações administrativas e até mesmo de dependências para os escravizados.

Após duas décadas de decadência sob posse da Universidade de São Paulo, entre as décadas de 1990 e 2000 foram realizadas intervenções arqueológicas coordenadas pelos professores Margarida Andreatta (do Museu Paulista) e José Luiz de Moraes (Museu de Arqueologia e Etnologia da USP), com o objetivo de encontrar vestígios arqueológicos que pudessem colaborar para a recuperação da história do bem cultural.

A partir do ano de 2000 o Engenho dos Erasmos passou a adotar programas educacionais, preservacionais e de pesquisa visando um melhor aproveitamento do espaço para diversos públicos. As atividades e os eventos propostos pelo Monumento visam estabelecer uma relação direta com a comunidade e com os moradores que residem no entorno do patrimônio, com o objetivo de fomentar o sentimento de pertencimento e conservação da área de estudo.

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Descrição física e estado de preservação do bem

O patrimônio está situado na Rua Alan Ciber Pinto – nº 96, no bairro Vila São Jorge no município de Santos. O Engenho é protegido por equipe terceirizada de vigias, que fazem inspeção do monumento de hora em hora. Para adentrar o local é necessário identificar-se na portaria de acesso.

Instalado em terreno doado pela prefeitura de Santos, o bem cultural conta com banheiros masculino, feminino e para deficientes. Possui auditório estruturado com retroprojetor e cabine de som para utilização, com capacidade para até 70 pessoas sentadas. Além disso possui foyer para eventuais exposições temporárias.

O projeto arquitetônico para a Base de Cultura e Extensão Universitária feito pelo arquiteto e professor da FAU Julio Roberto Katinsk teve como preocupação não prejudicar a visibilidade do patrimônio, valorizando a paisagem do entorno e revestindo grande parte da base por vidros ao invés de concreto.

No sítio arqueológico é possível visitar parte das ruínas originais do Engenho e ainda desfrutar da grande floresta ombrófila que circunda todo o patrimônio. O sítio está em bom estado de preservação, possuindo apenas marcas da ação natural do tempo. A manutenção do sítio é feita regularmente.

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Outras Informações

INFORMAÇÕES DE TOMBO

INSTÂNCIAS E NÚMERO: SPHAN, Proc. 678-T, inscrição n.o 360. Livro Histórico, fl. 59,
em 2.VII.63. CONDEPHAAT, Proc. 362/73. CONDEPASA, Livro Tombo 01, inscrição 07, fl.
2, Proc. 16731, Resolução SC 01/90.

 

O Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos funciona de segunda a domingo, sempre das 09h00 ás 16h00. Também funciona em alguns feriados. As visitas acima de 5 pessoas devem ser agendadas via telefone ou e-mail, sendo que a área do sítio arqueológico suporta até 60 pessoas.

O Monumento conta com uma equipe de estagiários de diversas áreas como história, biologia e comunicação, além dos educadores Rodrigo Christofoletti (Historiador) e Andre Müller (biólogo) para atender o público e realizar a visitação. Oferece também grande acervo de atividades educacionais e biblioteca, que logo estará disponível para atender a comunidade. Promove eventos gratuitos durante os finais de semana com o objetivo de promover um maior envolvimento dos moradores da região. As atividades são destinadas para todas as faixas etárias e camadas sociais.

Contatos:

Tel.: (013) 3203-3901

Facebook: Engenho dos Erasmos

Email: resjesantos@usp.com

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Referências

Novo Milênio – Engenho dos Erasmos. Disponível em: <http://www.novomilenio.inf.br/santos/fotos114.htm>. Acesso em 15 de jul. 2015

MONUMENTO NACIONAL RUÍNAS ENGENHO SÃO JORGE DOS ERASMOS – entre a teoria e a prática preservacionista. Governo do estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao47/materia03/>. Acesso em: 15 de jul.2015

LOURENÇO, Maria Cecilia França; CHRISTOFOLETTI, Rodrigo; MELLO, André Müller de. Portas abertas: um programa em debate. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2008.

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Como Chegar

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