Sítio Nossa Senhora das Neves

Histórico do patrimônio

O sítio “Madre de Deus” foi instaurado em 1532, no próprio ano da chegada de Martim Afonso, sendo o primeiro da história do Brasil. Em 1546, o local abrigaria o engenho “da Madre de Deus”, o terceiro da capitania de São Vicente. A nomenclatura “Nossa Senhora das Neves” só apareceria em 1702, quando Ambrósia de Aguiar, em parceria com suas irmãs, fundou a Capela da Santa. A devoção a Nossa Senhora das Neves foi muito comum entre os escravos negros da região, que adotaram-na como protetora e padroeira.

À foz do Rio Jurubatuba, ainda hoje, existe no lugar de restos e ruínas do Antigo Engenho e da Velha Capela, duas vezes incendiada e duas vezes reconstruída, até cair em completo abandono.

Um desses incêndios, ocorrido em 8 de julho de 1884, é relativamente bem documentada, devido certa repercussão. O jornal A Província de São Paulo disse que “O incêndio, que se presume ter começado na noute antecedente, num matto próximo a que deitaram fogo, danificou completamente a capéllinha. A imagem da Senhora das Neves, que havia cahido do áltar, no momento em que este éra presa das chammas, foi trasida para a cidade. Nas Néves moravam apenas uma mulher e duas crianças.”. Olao Rodrigues diz que “No dia 8 de julho de 1884, por volta das 10 horas, veio a saber-se na Cidade que a Capela de Nossa Senhora das Neves estava presa das chamas. O fogo foi extinto por pessoas do Valongo, que, de imediato, seguiram para o lugarejo, de difícil acesso.[…] Todos os cativos que trabalhavam na área, inconformados com a destruição do pequeno templo, teriam também ateado fogo no feitor do Engenho de Cabralaquara (N.E.: SIC. A grafia conhecida é Cabraiaquara), de nome Antônio Joaquim, apontado como autor do incêndio proposital da capelinha, embebendo-lhes as vestes com querosene e ateando-lhes fogo.”

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