Mural de Clóvis Graciano

Histórico do patrimônio

Para compreender melhor uma obra de arte precisa-se conhecer melhor seu autor. Clóvis Graciano nasceu em Araras, interior de São Paulo, em 1927. Era filho de imigrantes italianos e, aos 20 anos, empregou-se na Estrada de Ferro Sorocabana na cidade de Conchas. Em 1934 transferiu-se para São Paulo ainda como empregado da E.F.S. e, já tendo interesse pela pintura e arte anteriormente, começa a conectar-se melhor com o mundo da produção artística. Assim sendo, começa a frequentar o curso livre da Escola Paulista de Belas-Artes como aluno ouvinte e também o atelier de Waldemar da Costa.

Entre 1935 e 1937 suas ligações com o Grupo Santa Helena se fortificam, tornando-se um membro efetivo. O Grupo Santa Helena era composto por artistas que se reuniam nos ateliers de Francisco Rebolo e Mario Zanini, localizados na Sé, em São Paulo, no “Palacete Santa Helena”; ou seja, foi um grupo formado de forma espontânea. Quase todos os seus membros eram de origem italiana e exerciam ofícios para sobrevivência além da arte, que era produzida principalmente nos momentos de folga. Mário de Andrade os chamou se “Artistas Proletários”, bordão que perdurou no grupo, sendo que membros da arte modernista produzida pela elite paulistana [vinculados à semana de 1922] mantiveram-se distantes deste grupo de proletários.

A produção de Clóvis, a partir de 1950 é composta principalmente de pinturas murais, vinculando-se ao movimento do muralismo modernista. É nesse contexto que se insere o mural localizado no Mercado do Marapé, em Santos. Foi inaugurado em 1954 junto com o mercado popular. Esta obra representa figuras de mercadores trabalhando no abastecimento. Elaborado com pastilhas de vidro, é um dos importantes exemplares evocativos da primeira fase do modernismo brasileiro. A estrutura da cena proposta concilia duas vertentes comuns à tradição do painel cerâmico – o padrão geométrico e o narrativo –, expediente que, na perspectiva do autor, o aproxima do observador comum sem lançar mão das referências abstratas na figuração de apelo popular.

A obra sofreu modificações em seu entorno ao longo do tempo por conta de reformas no Mercado como, por exemplo, a retirada de um pequeno jardim que se localizava na sua frente, que diminuiu a percepção tridimensional que a obra causava no observador. Para sua proteção, foi tombado em 98 e passou por restauração em 2001.

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Descrição física e estado de preservação do bem

Organizada no espaço de 6 metros de comprimento por 3 metros de altura, a representação dos mercadores, precisamente idealizados por Graciano como tipos heroicos guardando a entrada do mercado, alimentou em atributos simbólicos a natureza do edifício.

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Outras Informações

O mural pode ser observado do passeio público.

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Referências

CALDATTO, Gino. Mercado da Arte: Clóvis Graciano – Mercado do Marapé. Revista Guaiaó, disponível em <http://revistaguaiao.com.br/cgi-sys/suspendedpage.cgi?p=655>, acesso em 16 dez. 2016.

Portal Pintura Brasileira. Disponível em <http://www.pinturabrasileira.com/artistas_bio.asp?cod=12>, acesso em 16 dez. 2016.

Portal Enciclopédia ItaúCultural. Disponível em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa5507/clovis-graciano>, acesso em 16 dez. 2016.

Portal Mosaicos do Brasil. Disponível em <http://mosaicosdobrasil.tripod.com/id18.html>, acesso em 16 dez. 2016.

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Como Chegar

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